segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Desabafo de uma ex...

Hoje quero falar de um tema que atinge um público restrito...os universitários ou melhor os ex-universitários como eu.
Já li vários textos falando sobre o antes e o depois da faculdade e putz como aquilo tudo é verdade, mas hoje vou escrever como eu me sinto depois da faculdade, porque sinto na pele essa diferença.

Pra começar a realidade parece ter mudado de cor, no mundinho da “facu” – era assim que a chamávamos – tudo parecia mais colorido e brilhante, tudo era mais “light”, mais seguro, mais flexível.
Naquele mundinho até o sol forte era menos desgastante, era um sofrimento bem aceito...todo dia ir pra “facu” naquele sol escaldante (isso para os pedestres né!?)ter várias marcas de blusas e sempre ouvir o mesmo comentário...nossa você tá morena!!! todo dia passar em frente a piscina, estagiar em frente a piscina, mas nunca estar dentro da piscina (isso especificamente para mim!)
Hoje, no pós-faculdade, a cerveja tem um gosto diferente, o bar é menos instigador, a embriaguez mais ridícula do que divertida, os bafões menos engraçados e mais vergonhosos.
Sinto falta de ir para festas com as amigas, mas só encontrá-las de vez enquando, sinto falta de dar bom dia para os guardinhas, de ver o vendedor de salgados, aquele salgado que eu sempre tinha vontade de comer, mas nunca comia, porque ia perder aquela vontade rotineira, sinto falta até de me lamentar porque haverá festa em dia de prova difícil, de ficar ansiosa antes das baladinhas, onde eu sei que estarão todos os meus amigos, colegas e paqueras. Sinto falta de ver aquelas fisionomias tão familiares, aquele semblante de unespiano, que inspira confiança, que coloca todo mundo no mesmo barco.
Eu poderia ficar horas escrevendo dezenas de folhas de tudo que sinto falta, de tudo que mudou, mas assim eu deixaria que aquela nostalgia mais dolorosa viesse à tona, e não é isso que pretendo com este post.
Eu só precisava dizer para meus amigos que foi muito bom, que nada será igual, que eu amo ter vivido isso ao lado deles, que eu guardo com enorme carinho cada ínfima lembrança daquele tempo. Quero dizer aos professores, funcionários, alunos apenas conhecidos etc etc, que eles têm um lugar muito especial em meu coração e que cada um contribuiu para meu crescimento profissional e acima de tudo pessoal.
Para os que ainda são universitários...vivam intensamente cada momento da “facu”, porque o mundo real tem um beleza diferente, é menos tolerante e mais exigente.
Até parece que estou triste, mas não estou, estou apenas me adaptando a um novo mundo, uma nova vida, que é bela também, que tem outros desafios, que exige um pouco mais de mim, mas que nem por isso deixa de ser feliz.
Mesmo com tantas diferenças e tanta nostalgia, em nenhum minuto se quer desejei que aquele tempo voltasse...acabou, esse é o sentimento...simplismente acabou...algo novo tem que começar! Agora só tenho que me acostumar com cores diferentes, com um brilho diferente, com pessoas diferentes, momentos diferentes e curtir até que esse novo momento acabe também, e assim por diante, afinal a vida é assim mesmo...mutável, findável e acima de tudo, incrivelmente linda.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Compreensão e respeito

Finalmente mais um post..devagar e sempre rsrs!!!

Compreensão e respeito

Há alguns dias fui surpreendida por um elogio um tanto inusitado, apesar deste post ter um toque egocêntrico, não consegui evitar que os pensamentos brotassem e por isso aqui estou escrevendo de novo. O mais interessante é que esse elogio veio de uma pessoa que me conhecia há poucos minutos e, no entanto, decifrou parte de mim, coisa que muitas vezes nem as pessoas que passam a vida inteira ao nosso lado conseguem fazer.
Além disso, essa situação me fez questionar sobre como estou e quem sou hoje, algo que há muito tempo eu não queria questionar, por cansaço e desinteresse. E mais ainda, o elogio me fez lembrar de uma poesia que escrevi há 5 anos.

EU

A contrariedade,
A incerteza,
A não aceitação,
A ficção,
Simplesmente um alguém,
Que não é ninguém.

Pois é, já escrevi isso e com toda a força de minha alma era assim mesmo que me sentia. Então um belo dia, um homem comum e desconhecido, mas muito observador me chamou de harmoniosa, disse que minha cor preferida era azul, perguntei por que e ele disse porque é a cor da harmonia e que eu era harmoniosa. Fiquei encantada por esse elogio e gostei muito. Mas depois, como é de praxe, comecei a questionar...o que estou transparecendo para que alguém veja harmonia em mim? uma pessoa que escreveu o poema acima pode ser chamada de harmoniosa? Se ele me conhecesse a 5 anos atrás estaria sendo no mínimo irônico. Mas ele não me conhecia e conversamos poucos minutos, nos quais falei muito pouco sobre mim, o que ele viu foi a maneira como eu estava “cuidando de uma festa”, como me relacionava com os convidados dessa festa e com meus companheiros de trabalho.
Já faz um bom tempo que releio esse poema, e também há muito tempo não me sinto daquele jeito, e este fato está muito relacionado com a harmonia que aquele homem viu em mim, com a harmonia que ele viu em meus atos aquele dia.
Essa harmonia nasceu de uma bem feitora chamada Compreensão e de seu indispensável ajudante chamado Respeito. A compreensão e o respeito por mim me salvaram do abismo relatado no poema. A compreensão e o respeito pelos seres humanos fizeram aquele homem ver a harmonia emanar de meus atos.
E o mais incrível é que ele compilou em uma palavra um caminho inteiro que só eu sei o quanto é complexo e cheio de palavras.
Pra finalizar...talvez eu ainda não seja tão harmoniosa quanto gostaria e nem tanto quanto aquele homem viu, mas já conheci dois importantes “parceiros”para essa caminhada a Compreensão e o Respeito.