quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sinais vitais

Bom sem mais delongas vamos ao texto do mês...

O poema abaixo reflete aquele pequeno momento em que nos damos conta de que amadurecemos, quando entendemos e aceitamos certos “contratempos” em nossas vidas, quando algo que doeu não dói mais, quando algo que incomodava não incomoda mais. Esse tipo de situação está sempre ocorrendo, um amadurecimento sempre desejado por nós. Mas o amadurecimento é um objetivo ou um resultado irreversível de nossas experiências? Entendo o amadurecimento como aquele estado de espírito em que se consegue digerir os contratempos com mais facilidade, em que as emoções estão menos exageradas, em que a calma impera e a paciência supera a ansiedade. Algumas pessoas chamam isso de sabedoria, e gastam boa parte de sua vida buscando encontrá-la. Tenho me questionado até que ponto é bom ter as emoções tão domesticadas, até que ponto continuamos plenamente vivos com nossas emoções tão sensatas. De repente tive a impressão de que amadurecimento e sabedoria são apenas conseqüências da utilização inconsciente de doses homeopáticas de anestésicos, que tomamos no decorrer de nossa existência, e então aquilo que nos fazia sentir vivos...dor de coração partido, acesso de raiva, ansiedade descontrolada, nervosismo em uma entrevista de emprego...com o tempo amortece, essas mudanças ocorrem concomitantes ao envelhecimento fisiológico que fatalmente termina em morte. Até soa trágico, mas é real... nascemos com todos os sentidos em pleno funcionamento, captando tudo, sensibilizando com tudo, no desencadear das experiências os sentidos parecem perder sensores e vamos continuamente nos anestesiando até o encerramento da vida. Tudo bem, então o amadurecimento é algo que não podemos evitar e a perda de sensibilidade também, pois são fisiológicos? Sim e não, o amadurecimento acontece porque aprendemos a ter medo, aprendemos a ser sensatos, a relevar, enfim aprendemos que certos descontroles não valem a pena, pois causam um desgaste emocional e psicológico, só que talvez sejam exatamente esses descontroles que nos façam vivos, são esses sentimentos que fazem a respiração ser mais forte, que faz o sangue pulsar com mais intensidade, que solta ou prende o intestino...sinais reais de vida, sinais vitais que vão desaparecendo com o famigerado amadurecimento.
Idéias meio malucas, conceitos subjetivos, entendam como quiserem, discordem com fervor.

domingo, 16 de agosto de 2009

Quando as lágrimas param de rolar...

Quando as lágrimas param de rolar...
O que significa?
Um coração mais forte?
Ou simplesmente cansado e conformado?
Pode ainda estar entorpecido de falsa calma, fingida alegria.
Talvez o que antes era grande, agora é pequeno, o que antes era dor, agora mal-humor.
Um dia desejei findá-las...
Hoje sinto falta daquela intensidade, daquela chama, que fechava a garganta, que inchava a cara, saudade das minhas lágrimas salgadas que um dia rolavam e me faziam acordada.



Pequeno momento, grandes reflexões....essa é apenas uma chamada para o próximo post...aguardem!