terça-feira, 13 de abril de 2010

Filosofia do Rocky Lutador

Quem já assistiu algum dos filmes do Rocky Lutador sabe que o personagem de Sylvester Stallone só reage nas lutas depois de ficar todo ensanguentado de tanto apanhar. Em um dos seis filmes da série, acredito que no último, Rocky falou uma frase que é pura filosofia e que, além de explicar seu vício em apanhar (rs), também pode ser um bom lema a ser seguido. Ele disse:

“O QUE IMPORTA NÃO É A FORÇA COM QUE VOCÊ BATE E SIM O QUANTO AGUENTA APANHAR E AINDA SEGUIR EM FRENTE!”

Pensando no Rocky, com certeza uma das características que o fazia vencer era a sua resistência, agora pensando em nossa vida....quantas vezes já “apanhamos” da vida? Quantas vezes pensamos em desistir? Quantas vezes decidimos seguir em frente? Contando da perspectiva da minha vida – que é uma boa vida-, apanhei inúmeras vezes, pensei em desistir muitas vezes e decidi seguir em frente outras tantas. A filosofia do Rocky vem de encontro a uma suposição que está me incomodando a um bom tempo. Aqui, caros leitores, preciso fazer uma ressalva, após este parágrafo o texto será composto por meras suposições, minhas suposições, é importante deixar isso bem claro, pois suposições não são verdades, são apenas possibilidades, e gostaria que vocês optassem sobre essas possibilidades e até postassem aqui as suas suposições. Então sem mais delongas....
A filosofia do Rocky vem de encontro a minha suposição de que “cada um recebe aquilo que pode suportar”, logo se apanho muito é porque posso suportar. Às vezes, olhando uma pessoa paraplégica na rua, fico me questionando como seria se eu estivesse no lugar dela, como eu reagiria à tamanha “surra”, eu teria aquela felicidade no olhar? Eu teria aquela vontade de vencer? Este questionamento é bem incômodo para mim, porque percebo que muitas vezes fico extremamente desanimada e triste com coisas muito pequenas, imagina como eu ficaria se estivesse em uma cadeira de rodas. Com certeza quando estamos em situações como esta, mudamos, amadurecemos, descobrimos força onde não havia, reeditamos nossas motivações.
A suposição de que falo é baseada em fatos e até em outras suposições, às vezes eu noto que algumas pessoas precisam entrar na vida de outras, que aquela pessoa não é sortuda, mas recebeu um pouco de acalento divino, que algumas pessoas não têm certas coisas porque precisam viver sem elas, porque são fortes, ou porque precisam da falta para aprender a paciência. Enfim, suposições...
Meu medo maior não é apanhar, é o quanto ainda preciso apanhar, medo de não ser tão forte quanto foi suposto, medo de não encontrar o conforto no final da estrada. Medos, medos....todos cultivados pelo mistério da vida, pela incerteza do futuro...o futuro que é algo que não existe, mas pelo qual tomamos a decisão de continuar apanhando...contraditório? Não...é vida!

3 comentários:

Vurto disse...

Ninguém baterá tão forte quanto a vida.Porém, não se trata de quão forte pode bater,se trata de quanto pode ser atingido e continuar seguindo em frente... Sempre penso nessa frase quando estou deprimido... tem tudo a ver...

Carlos Eduardo (Kung Fu) disse...

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

Autor: William E Henley

Anônimo disse...

Quando vida bate, muitas vezes o resultado não é um olho roxo, tb não só tristeza ou saudade mas projetos inacabados. Eu tenho vários, mas quem não tem??