Depois de um bom tempo sem escrever e ainda sem uma grande inspiração gostaria de fazer um teste comigo. Não queria escrever no blog textos autobiográficos, sei que vez ou outra escrevo posts falando de alguma situação particular, é claro que tudo que escrevo tem a ver com minhas percepções do mundo, mas tento evitar o subjetivismo, enfim...
Alguns leitores, amigos próximos, fizeram colocações sobre meus textos que achei extremamente interessantes, eles me disseram que meus textos são muito dramáticos – isso eu já sabia – mas também comentaram que eles não me enxergam nos textos, que pessoalmente não sou tão dramática e nem tão...como eu poderia dizer...complexa, viajada...eles também não conseguiram definir, apenas deixaram claro que o que escrevo não é o que sou. Essa colocação me deixou intrigada, achei interessante ser algo quando escrevo e algo quando convivo, ao mesmo tempo fiquei preocupada, ou melhor, incomodada. Por isso, este post seria uma tentativa de explicar tal duplicidade, mas não me agrada falar de mim no blog, será que meus leitores se interessam por quem sou? Eu sempre me interesso pelos autores que leio, como vivem e viveram é inerente ao que escrevem, mas isso não vem ao caso agora. O que deve ser discutido aqui é a origem da minha duplicidade, por isso estive avaliando como sou, ou como tento ser quando estou socializando, mas não quero falar sobre isso aqui, então vou tentar escrever um texto com esse outro lado....difícil, escrever pra mim exige mais complexidade e no conviver eu prefiro a simplicidade, o claro, o leve, para escrever eu escavo o escuro, interpelo o pesado, no conviver uso frases curtas, no escrever textos longos. Quem me conhece está acostumado com meus lapsos filosóficos, mas nem imagina o tamanho daquele questionamento e por isso talvez não me reconheça no blog.
Então vamos ao texto do meu lado conviver:
Conviver é: peidar...haha...palavra chula mas simples e pura, tudo que o conviver tem que ser, o conviver tem que respeitar, mas tem que liberar, tem que ter liberdade para chorar e para rir, tem que ter disposição para beber e cair, e levantar – claro -, tem que tirar um sarro, dançar feito um palhaço, tem que rir das “desgraças”e apoiar no bafão - se possível participar - conviver também tem que ser sério, ouvir sem limites, falar o necessário e as vezes o desnecessário, mas nunca perder o respeito, para viver é preciso coragem, para conviver é preciso verdade, você pode ser estranho, chato ou depravado, mas tem que ser verdadeiro, tem que estar sempre em primeiro, mas nunca colocar ninguém em segundo, tem que bravejar, mas nunca humilhar. Conviver é peidar sim, afinal quem não tem gases?...mas nem todo mundo consegue adquirir a liberdade de peidar ao lado do outro, mas quando se sabe que peidar é algo fisiológico que todo mundo faz e nem sempre consegue segurar é fácil soltar e perdoar rs.
Não quero com esse texto incentivar que todos saiam por ai peidando...foi só um exemplo chulo para dizer que conviver exige que tenhamos plena consciência de que o outro, além de peidar, também pode rir e chorar, exatamente como nós.
Ahhh voltando a minha "duplicidade"...quando convivo eu simplesmente não vejo nenhum problema em falar sobre peido, quando escrevo também não, só que quando escrevo prefiro ver o lado filosófico do peido. Entenderam? rs